Cameron Crowe

“Você me conquistou quando disse ola”. O cineasta norte-americano ganhou uma vaga na sala vip do Museu do Cinema quando se mostrou fã de Sir Elton John. E não à toa, ele utiliza o genial músico e seu igualmente gênio letrista, Bernie Taupin, nas maravilhosas trilhas de seus filmes, que é um capítulo sempre à parte na sua filmografia. Nascido em 13 de julho de 1957, em Palm Springs, Califórnia, o cineasta norte-americano Cameron Bruce Crowe foi criado em San Diego por seu pai, James, um corretor imobiliário, e sua mãe, Alice, professora de sociologia e literatura. Crowe pulou várias séries primárias, devido a sua inteligência e facilidade de aprendizado - o que o levou cedo a redigir artigos no jornal da escola - o cineasta, aos 15 anos, passou a escrever para a bíblia da música, a revista Rolling Stone. Muito de sua biografia é vista, no até então seu maior sucesso, Quase Famosos (2000).

“Eu sou impossível de esquecer, mas difícil de lembrar”. Aos 22 anos, Cameron Crowe publicou Fast Times at Ridgmont High, em 1979. Seu primeiro livro tornou-se best-seller nos EUA e foi comprado pela Universal Pictures, que ainda contratou o jovem escritor para roteirizar o livro. O filme homônimo se tornou um sucesso e catapultou a carreira de Sean Penn, Jennifer Jason Leigh, Judge Reinhold, Forest Whitaker, Nicolas Cage e Eric Stoltz. Cameron foi aclamado pela associação de roteiristas. O filme no Brasil ganhou a alcunha de Picardias Estudantis (1982), e foi dirigido por Amy Heckerling.

“Eu não inventei o dia de chuva cara. Eu só tenho a melhor sombrinha”. Depois do sucesso da incursão na sétima arte, Crowe decidiu voltar a música, foi indicado ao Grammy por seu trabalho na biografia musical de Bob Dylan, com o lançamento de 3 discos, e conheceu Nancy Wilson, com quem se casou e tem dois filhos, os gêmeos William James Crowe (homenagem ao pai e ao ídolo Billy Wilder) e Curtis Wilson Crowe (homenagem a esposa e a empresária do Pearl Jam que os apresentou).

“Você é meu embaixador do kuam”. Em 1989 surge o cineasta Cameron Crowe na pequena obra-prima, modesta e sensível Digam o que Quiserem (1989). De cara se nota uma inclinação para o cinema de Howard Hawks e, obviamente, Billy Wilder, com quem sua filmografia segue em paralela. Em 1999 Crowe publicou Conversations with Wilder, um livro com uma série de raras entrevistas que Billy Wilder deu ao cineasta e fã, e que disseca a filmografia do lendário diretor hollywoodiano.

“Sem o amargo, o doce não é tão doce”. Crowe inventou um gênero - podemos dizer também que ele possui um Mo-Jo - suas películas nem sempre são sucessos comerciais, nem sempre são recebidas com críticas positivas, e ele está longe de ser reconhecido, mas sua filmografia demonstra uma independência as regras da indústria que poucos cineastas possuem hoje. Sua grife é facilmente reconhecida, músicas aos borbotões, personagens cantando dentro do carro, o mito do perdedor (loser), personagens densos e desenvolvidos, e Eric Stoltz (existe uma lenda de que o diretor escalaria o ator em todos seus filmes, ainda não tirei a prova). Bom, convido a todos a embarcarem, durante esta semana, nessa experiência letrada de frases marcantes, adolescência perdida versus vida adulta, cenas maravilhosas e inesquecíveis e ricos diálogos através de Digam o que Quiserem (1989), Vida de Solteiro (1992), Jerry Maguire (1996), Quase Famosos (2000), Vanilla Sky (2001), Tudo Acontece em Elizabethtown (2005) e Compramos um Zoológico (2011). E como parte dessa revisita o próximo post trará o prefácio/introdução escrito por Crowe para o livro de Ben Fong-Torres, ex-editor da Rolling Stone, uma das mais geniais que li na vida, leia aqui.

“Fazer um grande filme hollywoodiano, que realmente afete as pessoas é tão difícil quanto fazer um pequeno filme com o cartão de crédito”.

Comentários

Ramon disse…
Preciso conferir 3 dos 6 filmes que você revisitará essa semana. Quem sabe vale conferi-los antes das postagens irem ao ar.

Abs!
Ramon disse…
Ah, grande post! Nunca dei muita importância ao Crowe, mas sou fã incondicional de Vanilla Sky e gosto de Quase Famosos e Jerry Maguire.

Abs!
Museu do Cinema disse…
Valeu Ramon, Vanilla Sky acho que é o filme mais malhado do Crowe. É uma obra-prima!
Otavio Almeida disse…
Maravilha de post! Sou fã do Cameron Crowe! Aguardo os próximos.

E, Cassiano, amigo Highlander, não escrevi nada sobre o jogo de ontem. Quase ganhamos, é verdade. Não fosse a falha de nosso Bruno The Wall, estaríamos deixando os líderes postiços suando frio. Mas adotei o silêncio, pois atraí muita confusão para cá, o teu blog. Não foi minha intenção, saiba disso. Mas podemos continuar comentando aqui, neste espaço, sobre a aproximação inevitável do Flamengo.

Abs!
Museu do Cinema disse…
...aproximação inevitável do Flamengo, e eu sou o Highlander?

Que bom então que és fã do Crowe, mais um por enquanto, até agora nada negativo...
Anônimo disse…
Só não assisti ao primeiro filme dele. Mas, vi todos os outros e acho que as duas últimas obras do Cameron Crowe são as mais fracas de sua carreira.
Quase Famosos é bom demais, se o filme fosse somente a cena no ônibus onde todos cantam "Tiny Dancer" já seria um clássico.

E o DreamTeam vai parar no banguzinho quinta de novo e no Olímpico ninguém nos ganha, volto a frisar.

Saudações de Líder pra Líder. =]
Museu do Cinema disse…
Kamila, primeira crítica do Crowe, ainda bem, a frase do Nelson já tava vindo na minha cabeça;

Marcus, de líder para líder, o Banguzinho é muito melhor que muitos "dream team" que nós vemos por ai, não só gaúchos.

E a cena vale sim um filme! Alias, qualquer filme do Cameron tem uma cena dessa.
Vanilla Sky é o melhor filme do Cameron Crowe, na minha opinião. Gosto de Jerry Maguire também, com um hilário Cuba Jr.

Abraço porque eu também sou líder!!!!
Museu do Cinema disse…
Pois é Pedro, muita gente não gosta do Vanilla Sky.

Abraço de líder para líder.
Rogerio disse…
Nao gostei de "Elisabethtown", mas Jerry Maguire e Vanilla Sky sao ótimos.
Ainda nao vi "Quase Famosos". Eh bom é?
Anônimo disse…
Sem dúvida é um grande diretor e estou feliz em vê-lo aqui no seu blog ganhando essa retrospectiva. Não vi os dois primeiros de sua filmografia, mas os demais no mínimo ficam dentro da média.
Oi adorei seu especial. Eu também escrevi um especial sobre o Crowe.
http://marcelorodriguesr.blogspot.com.br/2012/12/especial-diretores-cameron-crowe.html te convido a ler e a conhecer meu blog. Espero a sua opinião.