John Hughes

Confesso que pensei muito em incluir Hughes na minha lista de destacáveis cineastas. Ele realmente não tem nenhum respaldo “acadêmico”, como os outros integrantes, as únicas qualidades que o fizeram ser selecionado é o meu apreço pessoal – alias como todos os outros – e uma marca registrada em sua filmografia, fato que tentarei dissecar nessa retrospectiva que nos levará a filmes juvenis da década de 80 que educou uma geração inteira.

Hughes nasceu em 18 de fevereiro de 1950, no Michigan. Começou escrevendo para a revista humorística National Lampoon, que mais tarde se tornaria uma famosa produtora de filmes satíricos. Escreveu alguns roteiros dos primeiros filmes batizados com o nome da revista, e logo depois seguiu seu caminho com a comédia adolescente Gatinhas e Gatões (1984) com Molly Ringwald e Anthony Michael Hall, atores que se tornariam seus preferidos.

Considerado pela imprensa estadunidense como o Steven Spielberg das comédias juvenis, Hughes recebeu inúmeras criticas positivas por suas películas. Algumas característica dos filme de John Hughes são: apresentações de cenas extras, após os créditos finais, locações em Chicago, cenas em escolas – a famosa Shermer –, roteiro sobre o universo adolescente, close-ups em dois personagens ao mesmo tempo cortando de um pra outro, e congelamentos de imagens nos finais de seus filmes. Marcas registradas de um cineasta com caligrafia, exigência para adentrar na Sala Vip do Museu.

Porém John Hugues foi muito mais que um cineasta, se isso já não fosse pouco. Hugues foi roteirista e produtor de algumas das películas mais lucrativas de Hollywood, incluindo Esqueceram de Mim (1990), Ninguém Segura esse Bebê (1994) e 101 Dalmatas (1996). Foi também percursor de um movimento batizado “Brat Pack” que revolucionou os anos 80 com filmes juvenis, e que o Museu em breve fará um post.

Músico (ele compôs algumas trilha de seus filmes) ator (algumas aparições), escritor e produtor, além da genialidade profissional, John Hugues foi também um homem de forte caráter, e discreto, se tornou famosa a sua recusa em receber um prêmio de mérito de ex-aluno de sua antiga escola, seu motivo? Ele não tinha boas recordações desse período.

Gatinhas e Gatões (1984), O Clube dos Cinco (1985), Mulher Nota 1000 (1985), Curtindo a Vida Adoidado (1986), Antes só do que Mal Acompanhado (1987), Ela vai ter um Bebê (1988), Quem vê Cara não vê Coração (1989) e A Malandrinha (1991), são seus filmes que serão revisitados aqui. No próximo post trarei um artigo de Hugues para a revista National Lampoon chamado Vacation '58 (leia aqui).

“...E as crianças que você despreza enquanto tentam mudar o mundo são imunes aos seus comentários. Elas sabem bem o que está acontecendo com elas...” David Bowie. Frase de abertura da obra-prima Clube dos Cinco (1985).

Há algum tempo estou aprontando a revisita a obra de Hughes. Tenho orgulho em dizer que cresci vendo seus filmes, e se hoje aprecio nomes como Michelangelo Antonioni, Frederico Fellini e Jean-Luc Godard, é porque tive um professor do tamanho de John Hughes. É com enorme emoção, carinho e muito, mas muito orgulho que hoje, 6 de agosto de 2009, seu nome entra para a Sala Vip do Museu do Cinema. Vá com Deus mestre e obrigado por deixar-nos um legado imortal de cinema que a partir de hoje será revisitado (pra mim será uma saudosa e emocionante relembrança. Espero que pra vocês também) com imenso prazer por este blog.

John Hughes 1950 – 2009.

Comentários

Cleber Eldridge disse…
Eu ainda não estou acreditando nisso. MESTRE ADOLESCENTE.
Vinícius P. disse…
Como já comentei em outros blogs, ele foi um dos maiores nomes do cinema dos anos 80 e seus filmes definiriam toda uma geração.
Otavio Almeida disse…
Bela homenagem, Cassiano! Também estou preparando uma homenagem no blog. Sinceramente, eu não consegui escrever ontem, porque estava muito triste para assimilar isso.

Vai com Deus, John Hughes!
Kau Oliveira disse…
Clube dos Cinco é o melhor filme de John. Uma perda considerável, mas assim como pedi ao Otavio, também peço que você me permita desabafar: ODEIO Curtindo a Vida Adoidado.

Abs!
Ygor Moretti disse…
São muitos clásscos mesmo da juventude, filmes que moldaram ou ajudaram a moldar o carater de gerações.

Grande Perda.

Abraço!!!
Wally disse…
O cara sabia o que é ser adolescente. Ninguém mais. Fará falta.
Kamila disse…
Para gente que cresceu nos anos 80/90, como eu, os filmes dele foram marcantes e fizeram parte de nossa geração.
Museu do Cinema disse…
Valeu pessoal, realmente uma perda irreparavel.
Lidyane Barros disse…
DEEEEEEUS!To procurando algumas partes do filme no youtube!É muito legal. :)

parabéns pelo blogger!